Lineker Alan Gabriel Nunes
Iniciei as práticas de consciência corporal em 2020, em plena pandemia
de Covid-19. Naquele tempo, passava longos períodos em casa, algumas
vezes estimulado por telas e em outras tentando tocar o cavaquinho e o violão
tendo como desafio aquilo que passou a tomar um grande espaço: as dores no
ombro esquerdo. À época, já tendo as vivenciado durante os últimos quatro ou
cinco anos, o que eu sabia é que as dores eram musculares e que se
manisfetavam mais fortemente quando eu estava com os instrumentos em
mãos. Somente isso.
A partir de então, busquei médicos e fisioterapeutas que, tendo
atendimentos mais ou menos humanizados sempre recomendavam a mesma
coisa: fortalecer a musculatura. E assim o fiz. No entanto, não conseguia
observar resultados práticos, ou seja, as dores não cessavam. Pelo contrário,
às vezes até aumentavam, como numa vez em que fiz Pilates e parei de fazer
as aulas por conta da intensificação das dores em meus ombros.
Então, pelos idos de 2020, já desanimado e pensando em parar de tocar
o cavaquinho e outros instrumentos musicais, procurando na internet algo que
pudesse me ajudar com essa questão, encontrei o trabalho da Eleni, que
desenvolvia suas práticas em São Paulo e passou a ter trabalhos mais voltados
para a internet, abarcando públicos nos mais variados lugares, como foi o meu
caso.
Confesso que eu não sabia da existência da consciência corporal e da
técnica Alexander, não conhecia (ou via sentido) em termos como
propriocepção e uso de si mesmo. A partir de então, passei a ter mais clareza
no reconhecimento de meus hábitos, de minhas maneiras de estar nos
ambientes (não somente tocando) e, como falamos no meio, do uso de mim
mesmo. Iniciei meu processo de reeducação corporal (que continua e que deve
continuar) e consequentemente uma nova fase em minha vida.
Não devo dizer que as dores foram “tiradas com a mão”, mas vez ou
outra elas reaparecem. No entanto, a partir das práticas e da apreensão de
uma série de ferramentas, me sinto mais confiante para lidar com elas. Embora
uma parte quisesse nunca mais sentir dor alguma, confio na técnica e no
processo, pois não há a venda de facilidades e palavras fáceis, mas sim um
convite para experimentar.
É com base nessa breve apresentação de minha trajetória com a técnica
Alexander que apresento esse material, que escrevo com muito carinho e que
advém aqui do interior (eu adoro frisar isso). Espero que ao ler, você possa se
sentir convidado (a) a experimentar, estar, desmistificar e viver com mais
liberdade. Boa leitura!